Luiz Antonio Ferreira dos Santos Filho; Tainan Messina. 2012. Maytenus boaria (CELASTRACEAE). Lista Vermelha da Flora Brasileira: Centro Nacional de Conservação da Flora/ Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro.
M. boaria ocorre predominantemente na região Sul do Brasil. Uma única coleta foi registrada na Serra do Itatiaia no Rio deJaneiro. Atribui-se essa disjunção a falta de coletas ou então, a umadevastação desordenada, pelo gado, da referida espécie. A espécie é muitoapreciada por bovinos, donde deriva o epíteto específico (Carvalho-Okano,1992).
<i>Maytenus boaria</i> caracteriza-se por arbustos ou árvores. Não endêmica do Brasil. Ocorre do Estado do Rio de Janeiro até o Rio Grande do Sul. Restrita do bioma Mata Atlântica. Amplamente distribuída, apresenta EOO de 116.429,564 km². Apesar de protegida por unidades de conservação (SNUC), Parque Nacional do Itatiaia e Parque Estadual do Campos do Jordão, sofre constante exploração devido ao uso medicinal de suas folhas, a extração de óleo comestível de suas sementes, e principalmente, pela utilização em carpintaria por possuir madeira de alto valor. Por apresentar um número reduzido de registros em coleções científicas, e a ausência de estudos populacionais, torna-se necessário o investimento em pesquisa científica e em esforços de coleta a fim de certificar da existência de subpopulações, considerando a viabilidade populacional e sua proteção.
SegundoCarvalho-Okano (1992), em consequência da descrição imprecisa do gêneroapresentada por Molina (1782), M. boariafoi incluída em diferentes gêneros. Apenas em 1844, os autores reconheceram quese tratava de um mesmo gênero e uma única espécie.
Estresse | Ameaça | Declínio | Tempo | Incidência | Severidade |
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1 Habitat Loss/Degradation (human induced) | |||||
A FlorestaOmbrófila Densa vem sendo reduzida e fragmentada em virtude da exploraçãomadeireira, expansão agropecuária, construção de estradas e hidrelétricas (Martins-Ramoset al., 2011). Esses fragmentos muitas vezes são florestas secundárias quesofreram corte seletivo no passado, principalmente de Araucaria angustifolia e, atualmente, tem seu sub-bosque roçadopelos proprietários das terras, especialmente na borda da floresta. Estaprática é comum na região e tem o intuito de suprimir a regeneração naturalpara facilitar a entrada e permanência do gado dentro da floresta, pois esta oprotege contra o frio intenso da região, com ocorrência frequente de geadas eesporádica de neve no inverno (Silva et al., 2012). Esta prática pode ser umaameaça direta à Maytenus boaria umavez que esta é muito apreciada pelo gado. |
Ação | Situação |
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1.2.1.2 National level | on going |
"Vulnerável" (VU), segundo a Lista vermelha da flora do Rio Grande do Sul (CONSEMA-RS, 2002). |
Uso | Proveniência | Recurso |
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Bioativo | ||
Tradicionalmente, as folhas são utilizadas contra febre, picadas de animais, alergias e como laxante externamente para lavar feridas e úlceras. Estudos comprovam ação antitumoral, antibiótica, inseticida e antileucêmica. Do extrato da parte aérea desta planta, obtiveram-se compostos com atividade antipirética e anti-inflamatória (Martins-Ramos et al., 2010). |
Uso | Proveniência | Recurso |
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Madeireiro | ||
Fornece madeira dura, bastante pesada, compacta, elástica, própria para obras de torno e carpintaria (Campos, 1995). |