CELASTRACEAE

Maytenus boaria Molina

Como citar:

Luiz Antonio Ferreira dos Santos Filho; Tainan Messina. 2012. Maytenus boaria (CELASTRACEAE). Lista Vermelha da Flora Brasileira: Centro Nacional de Conservação da Flora/ Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro.

NT

EOO:

128.759,565 Km2

AOO:

32,00 Km2

Endêmica do Brasil:

Detalhes:

M. boaria ocorre predominantemente na região Sul do Brasil. Uma única coleta foi registrada na Serra do Itatiaia no Rio deJaneiro. Atribui-se essa disjunção a falta de coletas ou então, a umadevastação desordenada, pelo gado, da referida espécie. A espécie é muitoapreciada por bovinos, donde deriva o epíteto específico (Carvalho-Okano,1992).

Avaliação de risco:

Ano de avaliação: 2012
Avaliador: Luiz Antonio Ferreira dos Santos Filho
Revisor: Tainan Messina
Categoria: NT
Justificativa:

<i>Maytenus boaria</i> caracteriza-se por arbustos ou árvores. Não endêmica do Brasil. Ocorre do Estado do Rio de Janeiro até o Rio Grande do Sul. Restrita do bioma Mata Atlântica. Amplamente distribuída, apresenta EOO de 116.429,564 km². Apesar de protegida por unidades de conservação (SNUC), Parque Nacional do Itatiaia e Parque Estadual do Campos do Jordão, sofre constante exploração devido ao uso medicinal de suas folhas, a extração de óleo comestível de suas sementes, e principalmente, pela utilização em carpintaria por possuir madeira de alto valor. Por apresentar um número reduzido de registros em coleções científicas, e a ausência de estudos populacionais, torna-se necessário o investimento em pesquisa científica e em esforços de coleta a fim de certificar da existência de subpopulações, considerando a viabilidade populacional e sua proteção.

Perfil da espécie:

Obra princeps:

​SegundoCarvalho-Okano (1992), em consequência da descrição imprecisa do gêneroapresentada por Molina (1782), M. boariafoi incluída em diferentes gêneros. Apenas em 1844, os autores reconheceram quese tratava de um mesmo gênero e uma única espécie.

Valor econômico:

Potencial valor econômico: Sim
Detalhes: Tradicionalmente,as folhas são utilizadas contra febre, picadas de animais, alergias e comolaxante externamente para lavar feridas e úlceras. Estudos comprovam açãoantitumoral, antibiótica, inseticida e antileucêmica. Do extrato da parte aéreadesta planta, obtiveram-se compostos com atividade antipirética e anti-inflamatória(Martins-Ramos et al., 2010). Além disso, fornecemadeira dura, bastante pesada, compacta, elástica, própria para obras de tornoe carpintaria. As folhas são de alto valor forrageiro e das sementes extrai-se óleocomestível (Campos, 1995).

Ecologia:

Biomas: Mata Atlântica
Habitats: 1.6 Subtropical/Tropical Moist Lowland
Detalhes: Arbusto ouárvore com cerca de 15 m de altura. Ramos glabros, cilíndrico-achatados. Folhascartáceas a subcoriáceas, glabras, lanceolada a estreito-elípticas.Inflorescência em fascículo multifloros ou raramente glomérulos. Fruto cápsulabivalvar (Carvalho-Okano, 1992).

Ameaças (1):

Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
1 Habitat Loss/Degradation (human induced)
A FlorestaOmbrófila Densa vem sendo reduzida e fragmentada em virtude da exploraçãomadeireira, expansão agropecuária, construção de estradas e hidrelétricas (Martins-Ramoset al., 2011). Esses fragmentos muitas vezes são florestas secundárias quesofreram corte seletivo no passado, principalmente de Araucaria angustifolia e, atualmente, tem seu sub-bosque roçadopelos proprietários das terras, especialmente na borda da floresta. Estaprática é comum na região e tem o intuito de suprimir a regeneração naturalpara facilitar a entrada e permanência do gado dentro da floresta, pois esta oprotege contra o frio intenso da região, com ocorrência frequente de geadas eesporádica de neve no inverno (Silva et al., 2012). Esta prática pode ser umaameaça direta à Maytenus boaria umavez que esta é muito apreciada pelo gado.

Ações de conservação (1):

Ação Situação
1.2.1.2 National level on going
"Vulnerável" (VU), segundo a Lista vermelha da flora do Rio Grande do Sul (CONSEMA-RS, 2002).

Ações de conservação (2):

Uso Proveniência Recurso
Bioativo
Tradicionalmente, as folhas são utilizadas contra febre, picadas de animais, alergias e como laxante externamente para lavar feridas e úlceras. Estudos comprovam ação antitumoral, antibiótica, inseticida e antileucêmica. Do extrato da parte aérea desta planta, obtiveram-se compostos com atividade antipirética e anti-inflamatória (Martins-Ramos et al., 2010).
Uso Proveniência Recurso
Madeireiro
Fornece madeira dura, bastante pesada, compacta, elástica, própria para obras de torno e carpintaria (Campos, 1995).